Oi, profs. Tudo bem? Hoje gostaria de compartilhar com vocês uma experiência de trabalho cuja temática está mais próxima à vivência dos estudantes em relação à cidade, sobre um de seus principais rios, o Rio Cachoeira de Joinville (SC). Por mais que seja algo local, acredito que o modo como as aulas foram conduzidas pode trazer ideias para adaptação em diferentes realidades. Quer saber como foi? Vamos conversar a respeito.

Esse tema do rio está presente na minha vida desde a infância; lembro do odor fétido que emanava quando passeava pelo centro com minha mãe. Anos depois, essa temática veio formalmente no estágio da faculdade, ao desenvolver aulas sobre “separação de misturas” a partir de um caso pontual de poluição (“Empresa têxtil indenizará sociedade por poluição no Rio Cachoeira“).
Gosto do tema. Havia pensado em propor algo a respeito no mestrado, mas acabei escolhendo a história da Marie Curie como objeto de estudo, e o assunto do rio retornou quando trabalhei como técnica em química numa empresa pública de saneamento. Foi interessante entender o funcionamento prático das análises que compunham o indicador de qualidade de suas águas, o Índice de Qualidade de Água (IQA). Esse ano, retornando à docência, o tema se mostrou oportuno após trabalharmos “soluções”, porque os resultados das análises do IQA são expressos de modo semelhante.

Só fazendo um parênteses, diria que profissionalmente estou numa busca constante de sentido às aulas, fazendo e refazendo reflexões para que as aulas não sejam puramente teóricas e desconexas do ponto de vista da vida real, para que não sejam para os estudantes um curso técnico de química. Fiz ensino médio particular e curso técnico em química – os conteúdos e a condução das aulas eram bem semelhantes, inclusive o livro didático. Me faz lembrar do que Gérard Fourez fala sobre o ensino tecnocrático:
“A ideologia tecnocrática – pretendendo evitar os debates políticos – tende a mascarar os conflitos de sociedade no ensino pela aparente neutralidade das ciências e das técnicas, e especialmente das técnicas das ciências da educação” (Gérard Fourez, “Educar”, 2008, p. 58).
estrutura das aulas
1) Fotografias: Iniciamos com uma sensibilização fotográfica de registros antigos e recentes sobre determinado rio. Foram feitos questionamentos sobre quais locais seriam aqueles, que rio seria aquele, etc.




2) Hino da cidade: Projetei e fizemos uma breve análise do hino de Joinville, que menciona o rio, a fim de demonstrar a importância histórica local. Apesar do hino trazer a visão colonizadora, discutimos que já haviam outros povos vivendo no local que hoje é a cidade e que temos inclusive o Museu Nacional de Imigração e Colonização sobre o tema.
Tu és a glória dos teus fundadores
És monumento aos teus colonizadores
Oh Joinville Cidade dos Príncipes
Oh Joinville Cidade das Flores
Às margens do rio Cachoeira
Um dia o audaz pioneiro
Plantou do trabalho a Bandeira
e se deu corpo e alma ao torrão brasileiro.
Depois foram lutas e penas
Mas nunca o herói fraquejou
Com sangue, suor e com lágrimas
Do seu próprio corpo teu solo irrigou.
Tu és a glória dos teus fundadores
És monumento aos teus colonizadores
Oh Joinville Cidade dos Príncipes
Oh Joinville Cidade das Flores
E se hoje o bravo imigrante
que tua semente plantou
com a força e o vigor de um gigante
nas mãos com que em preces aos céus suplicou
Te visse radiosa e pujante
Nascida da mata hostil
A imagem da pátria distante
Veria grandiosa exaltando o Brasil.
Hino pela Lei Municipal 1.527 de 01/07/1977.
Autoria: Cláudio Barbosa (Joinville, 2018).
3) Google Maps: Fizemos uma análise do mapa para verificar onde se encontra a nascente desse rio que percorre a cidade, onde suas águas ganham maior volume e deságuam. Em conjunto verificamos a conexão da água do Rio Cachoeira com locais de banho da população na cidade, como a Vigorelli e o Espinheiros, incluindo cidades litorâneas próximas, como São Francisco do Sul. Foram feitos questionamentos a respeito do que poderia acontecer com possíveis poluentes sendo despejados no rio, como visto em fotos nas imediações do centro, e onde possivelmente poderiam chegar tais poluentes em processos de dispersão.
4) Notícias: Fiz um levantamento prévio das notícias disponíveis online sobre o rio, desde técnicas, políticas e até artísticas! Formatei, imprimi e cada aluno recebeu uma impressão para análise e realizou um breve registro no caderno com suas principais percepções sobre a notícia.
- ND+ (2012) Limpeza gera polêmica no rio Cachoeira, em Joinville
- ND+ (2012) Afluentes do rio Cachoeira são tingidos de vermelho em Joinville
- G1 (2012) Mancha vermelha aparece no rio Cachoeira, em Joinville
- G1 (2012) Empresa têxtil de Joinville é multada por crime ambiental e poluição de rio
- ND+ (2012) Döhler é multada em R$ 350 mil pelo vazamento no rio Cachoeira, em Joinville
- ND+ (2015) Companhia Águas de Joinville patrocina projetos ambientais
- ND+ (2016) No Dia Mundial da Água, se renova em Joinville a esperança de ver o rio Cachoeira despoluído
- ND+ (2016) Artista plástica de Joinville utiliza lixo para elaboração de obras
- ND+ (2016) Pescador de Joinville vive há mais de 60 anos tendo o rio Cachoeira como quintal
- ND+ (2016) Conheça a história de dois pescadores que amam viver ao lado do rio Bucarein em Joinville
- MPSC (2017) Empresa têxtil indenizará sociedade por poluição no Rio Cachoeira
- ND+ (2019) Mais de 116 quilos de entulho são retirados do rio Cachoeira em Joinville
- O Município (2021) Sama de Joinville intensifica fiscalizações no rio Cachoeira após surgimento de peixes mortos
- O Município (2021) Projetos buscam recuperar rio Cachoeira e sua importância para Joinville
- Câmara de Vereadores de Joinville (2021) Vereadores aprovam moção que pede revitalização do Rio Cachoeira
- Joinville (2022) Equipes da Seinfra fazem limpeza e manutenção no rio Cachoeira
- O Município (2022) Onde nasce o Cachoeira: como nascentes e rio são protegidas em Joinville
- ND+ (2023) Antes navegável, rio Cachoeira tenta se recuperar do assoreamento e da poluição em Joinville
- ND+ (2023) Lontra é flagrada correndo atrás do almoço no rio Cachoeira
- Portal Chuville (2024) Peixes mortos são vistos em rio que passa ao lado do Centreventos
- ND+ (2024) Rio vermelho? Coloração de água viraliza e mobiliza autoridades ambientais em Joinville
5) Análise da turma: No centro do quadro estava projetado “Rio Cachoeira”. A partir disso, os alunos escreveram termos-chave sobre sua notícia e posteriormente apresentavam, estabelecendo correlações com as palavras dos colegas que já haviam apresentado anteriormente. Essa etapa considerei rica, porque puderam estabelecer correlações entre as ideias, e bonita, porque cada turma teve uma construção única, com a letra de cada sujeito que escreveu no quadro. Tenho guardado com carinho esses registros!

As ideias apresentadas eram de variados campos, assim como as notícias. Temas envolvendo acidentes, animais, moradores, pescadores, características físico-químicas da água, valores do IQA ao longo dos anos, ações do poder público, manifestações artísticas, ações para despoluição, dentre outros. Tivemos um panorama geral dos últimos anos a respeito do nosso rio!
6) Índice de Qualidade da Água (IQA): Aproveitando as notícias que mencionavam “IQA”, esse índice calculado a partir de parâmetros físicos, químicos e biológicos para dar uma visão geral da qualidade da água, evidenciei o termo e apresentei as análises que compunham o índice, as unidades e a classificação da água dentro da faixa de 0-100, desde “péssima” (IQA < 18) até “ótima” (IQA > 78). Nessa etapa, vimos nas notícias como a característica do Rio Cachoeira mudou ao longo dos anos, estando sua qualidade entre “ruim” (IQA 19-35) e “regular” (IQA 36-50) em diferentes pontos de coleta.

| Índice de Qualidade da Água do Rio Cachoeira | ||
| Parâmetro | Característica | Unidade |
|---|---|---|
| Data e hora | Indicam quando a amostra foi coletada. Associado ao ponto de coleta, é essencial para correlacionar resultados com condições climáticas e variações sazonais. | __/__/__ __:__ |
| O2 dissolvido | Quantidade de O2 presente na água disponível para respiração de organismos aquáticos. Valores baixos podem indicar poluição. | mg O2 / L |
| pH | Mede a acidez ou basicidade da água, numa escala de 0 a 14. Valores menores que 7 são ácidos, iguais a 7 neutros e maiores que 7 básicos ou alcalinos. Valores extremos prejudicam a vida aquática. | Adimensional |
| Temperatura | Influencia a solubilidade do oxigênio e a atividade biológica. Valores altos desse parâmetro geralmente reduzem a capacidade do oxigênio em se dissolver na água. | ºC |
| Coliformes totais | Grupo de bactérias presentes no meio ambiente, no solo, na vegetação e no trato gastrointestinal de animais de sangue quente, incluindo humanos. | NMP / 100 mL |
| Coliformes E. Coli |
Subgrupo dos coliformes totais. Sua presença indica contaminação fecal recente, pois essa bactéria vive no intestino de humanos e animais. | NMP / 100 mL |
| DBO | Demanda Bioquímica de Oxigênio. Quantidade de oxigênio consumida por microorganismos para degradar a matéria orgânica. Quanto maior a DBO, mais poluída a água. | mg O2 / L |
| DQO | Demanda Química de Oxigênio. Quantidade de oxigênio necessária para oxidar toda a matéria orgânica quimicamente (inclusive interferentes inorgânicos). Valores normalmente maiores que a DBO. Quanto maior a DQO, mais poluída a água. | mg O2 / L |
| Cor aparente | Representa a coloração da água, geralmente causada por matéria orgânica dissolvida ou poluentes. Afeta a estética e pode indicar poluição. | UC |
| Fósforo | Nutriente essencial, mas em excesso causa a eutrofização, uma proliferação de algas que consomem oxigênio e prejudicam o ecossistema. Na água, aparece principalmente nas formas de fosfato (PO₄³⁻), que pode vir de esgoto doméstico, fertilizantes agrícolas, detergentes ou de resíduos industriais. | mg / L |
| Nitrogênio Total | Inclui todas as formas desse nutriente (amônia NH₃, nitrato NO₃⁻, nitrito NO₂⁻ e orgânico R–NH₂). Altos níveis causam eutrofização da água. | mg / L |
| Turbidez | Mede a quantidade de partículas em suspensão na água. Valores altos prejudicam a penetração de luz, fotossíntese e o equilíbrio do ecossistema. | NTU |
| Sólidos totais | Quantidade de substâncias dissolvidas e também em suspensão na água. Valores altos podem indicar poluição e reduzir a qualidade para consumo. | mg / L |
|
Valores das análises inseridos em equação matemática, resultando em IQA entre 0-100. IQA <18: Péssima | 19-35: Ruim | 36-50: Regular | 51-78: Boa | 79-100 Ótima. |
||
7) Exposição info-artística: Considerando a riqueza de informações e a possibilidade de fazer arte com a temática do rio (“Artista plástica de Joinville utiliza lixo para elaboração de obras“), a ideia proposta foi que os alunos preparassem obras para expor na escola contemplando: informações sobre o rio (histórico, importância, abrangência, curiosidades ou outras informações relevantes); fotografias (deles ou outros autores); índice de qualidade da água (o que é e análises contempladas); um parâmetro analítico do IQA (a análise e a técnica utilizada na obtenção do resultado); e uma análise crítica (acerca da situação do rio e como resolvê-la).
O que considero valioso nessa proposta, além do trabalho com tema local e real, foi o desenvolvimento de uma pesquisa que não é genérica, facilmente encontrada na internet como “mapa conceitual de assunto x” ou determinada pelo ChatGPT, que contribui para ceifar a criatividade, a autoria e o desenvolvimento cognitivo. Esse trabalho, através da pesquisa, provocou nos alunos um certo desconforto inicial pela inexistência de resultados instantâneos. Para mim, o clima foi semelhante às pesquisas que fazemos no meio acadêmico: um mar de dúvidas, hipóteses e possibilidade de descobertas! Para os alunos, dúvidas sobre como fazer, onde encontrar informações, um caminho aparentemente nunca trilhado. Foi então que auxiliei na busca, atuei na mediação, ensinei como pesquisar na internet e disponibilizei alguns materiais de apoio. Acredito que esse momento foi importante no desenvolvimento da autonomia, de aprender como buscar algo real, inclusive em documentos oficiais dos órgãos públicos.
Materiais de apoio sugeridos
rELATÓRIOS públicos: Bacia Hidrográfica do Rio Cachoeira
- Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA/SC) 2011
- Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA/SC) 2012
- Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA/SC) 2015
- Comitê Cubatão-Cachoeira Joinville (CCJ) 2015
- Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA/SC) 2016
- Secretaria do Meio Ambiente (SAMA) 2014/2016/2017
- Secretaria do Meio Ambiente (SAMA) & Companhia Águas de Joinville (CAJ) 2016/2017
- Fundação do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (FATMA/SC) 2017
- Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) 2018
- Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) 2019
- Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) 2020
- Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) 2023
- Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA/SC) 2024
Tivemos trabalhos com diferentes abordagens: colagens fotográficas, desenhos, vídeos e textos do tipo jornalísticos, maquetes, fôlderes, cartazes, varais e pendentes informativos, kit experimental com relatório técnico, cartaz interativo tridimensional, dentre outros. À medida que a exposição ia sendo construída, notei a atenção do público que passava. Por isso, deixei uma caixinha para comentários sobre a exposição, justamente para termos um retorno, uma interação com o público. Minha maior surpresa foi como a exposição impactou as crianças: elogios lindíssimos e parabenizações pelos trabalhos. Posteriormente, em sala, fizemos uma breve dinâmica de leitura dos comentários. Foi muito fofo ver o carinho e parabenização das crianças. ♥
8) Conclusão – Saneamento básico: Na análise crítica dos estudantes, muito foi apontado sobre a importância do saneamento básico para a melhora da qualidade da água do Rio Cachoeira. Usei isso como conector, juntamente com algumas manchetes, para discutirmos como a falta do saneamento básico impacta a água do rio e até mesmo das praias que visitam, principalmente no verão, com alta incidência de viroses.
• Agência Senado (2022): Estudo aponta que falta de saneamento prejudica mais de 130 milhões de brasileiros
• Agência Brasil (2023): Estudo mostra que 46% das casas no Brasil têm problemas de saneamento
• Santa Catarina (2019): Saneamento básico x doença: quem levará a pior?
• G1 (2023): Entenda por que algumas praias de SC ficaram totalmente impróprias para banho neste verão

Com a notícia “Saneamento básico x doença: quem levará a pior?“, de órgão público estadual, vimos a importância do investimento em saneamento, já que:
“A cada um real não investido em saneamento básico – os cofres públicos gastam quatro reais em saúde” – Gracita Barbosa (Diretora da Câmara de Estudos e Projetos Estratégicos do Conselho Federal de Administração).
Apesar de ser consenso a importância do saneamento básico, nossa cidade ainda está avançando na cobertura de esgoto: “Joinville atinge a marca de 50% de cobertura de redes coletoras de esgoto implantadas na cidade“. A meta, de acordo com o Marco Legal do Saneamento Básico, é que se atinja 90% de cobertura até 2033.
Para entendermos as dificuldades encontradas nessa ampliação do esgotamento sanitário, assistimos e discutimos os vídeos “Por que quase metade dos brasileiros não tem rede de esgoto?” (BBC News Brasil, 2019) e “Como é feito o tratamento de esgoto” (Manual do Mundo, 2024). Interessante notar que as dificuldades compreendem questões políticas, burocráticas, técnicas, orçamentárias, imprevistos, dentre outras, onde fizemos analogias com a execução de obras em casa.
Sobre o tratamento do esgoto, o que chamou a atenção foi a dimensão das estações; como a água entra turva, se transforma numa calda tal como chocolate e sai límpida; as análises mencionadas no vídeo, as mesmas estudadas; o fato de jogarem grandes objetos na privada e óleo pelo ralo da pia; a questão dos bueiros funcionando com drenagem da água da chuva, não esgoto; e, para alguns alunos trabalhadores, o que chamou a atenção foi maquinário e a energia envolvida para a oxigenação dos tanques aeróbios de tratamento. Realmente, existe um grande custo envolvido no tratamento de esgoto, mas que se faz necessário visando à saúde pública!
EMBASAMENTO LEGAL DA PROPOSTA
bASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
“Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas” (BRASIL, 2018, p. 9).
“Analisar fenômenos naturais e processos tecnológicos, com base nas interações e relações entre matéria e energia, para propor ações individuais e coletivas que aperfeiçoem processos produtivos, minimizem impactos socioambientais e melhorem as condições de vida em âmbito local, regional e global” (BRASIL, 2018, p. 553).
“Investigar situações-problema e avaliar aplicações do conhecimento científico e tecnológico e suas implicações no mundo, utilizando procedimentos e linguagens próprios das Ciências da Natureza, para propor soluções que considerem demandas locais, regionais e/ou globais, e comunicar suas descobertas e conclusões a públicos variados, em diversos contextos e por meio de diferentes mídias e tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC)” (BRASIL, 2018, p. 553).
Então… O post ficou um pouco longo, mas quis trazer um panorama geral sobre essas aulas e percepções. Acho que o conjunto foi interessante para mostrar como tudo se conecta: química, física, biologia, arte, jornalismo, geografia, engenharia, história, política e cidade. Apesar dessa sequência didática não ser prática-experimental, o que os estudantes geralmente preferem, alguns me procuraram para elogiar as atividades desenvolvidas, falaram que eram “dinâmicas“, “diferentes” e “muito boas“.

No fim, acho que essa construção é valiosa na escola, por não ser uma aula genérica, hermética. É uma aula com trocas, diálogo, que conversa com o funcionamento do mundo real, o rio da cidade, onde os estudantes se defrontam com dados concretos, pensam sobre eles, correlacionam ideias, desenvolvem uma autonomia e capacidade de dialogar com o que se apresenta. Enfim, atuam no mundo.
É isso por hoje! Obrigada por ler até aqui.
Mas me conta, o que você achou?
Existe um rio na sua cidade que passa por situação semelhante?
Até logo,
Karoline Tarnowski
Receba novos posts por e-mail
Quando li esta proposta sobre o rio cacheira,me vi como uma aluna do ensino médio debatendo sobre o rio que atravessa minha cidade. De certa forma me senti parte da historia de joinville. Amei esta abordagem. Este material deveria fazer parte da grade curricular de todas as escolas de joinville, pela valorizacão do rio cachoeira que outrora trouxe os imigrantes.
Oi, mãe. Que bom que gostou! Você teve bastante influência nesse meu olhar pro rio. ♥ Sim, ele trouxe os imigrantes, mas já existiam povos vivendo aqui mesmo antes da imigração, como os Carijós. A gente tende a considerar a cidade a partir da imigração, mas já era morada dos povos originários bem antes disso. O rio Cachoeira é um rio bem importante e tem conexão com diversos outros, desaguando na Lagoa do Saguaçu / Baía da Babitonga. Obrigada pelo comentário. :}
Olá minha querida Profa. Karol! Você sempre ótima em suas aulas e trabalhos com os alunos. Esse trabalho realizado é digno de publicação em revistas de ensino de química, além claro, do que já nos mostrou por aqui. Parabéns mais uma vez! Parabéns também a seus alunos que se engajaram em suas provocações. Beijinhos
Olá, prof. Que bom que você gostou. Realmente, os alunos arrasaram 😀 . Muito obrigada pelos seus comentários. ♥